quarta-feira, 18 de novembro de 2020

64 anos do pai

Que orgulho ser filha do Pedro.  Popular, prestativo, cruzeirense, cardíaco, diabético, guerreiro, teimoso, bem humorado (até demais). A pessoa que mais me admira nesse mundo, que me aceita sem reservas, que fala minha linguagem do amor como ninguém.  Sou encantada por ele desde o ventre, segundo relatos da minha mãe eu me mexia  loucamente na barriga dela quando ele chegava em casa do trabalho. Minha primeira  palavra? Dé, de Zé, de Zé Pedro, Pedro, TiPedro, Pai. Pra quem ama as palavras, ele foi minha primeira palavra. 

Se estou com medo de entrar na igreja vestida de noiva? Que nada! Sonhamos com esse momento juntos,  ensaiamos esse passo da vida lado a lado andando nas ruas do Eldorado, nas caminhadas da vida. Não tenho medo de nada, ele vai estar do meu lado, segurando pelo braço como fazia na beira do mar. Ainda que eu não enxergue o caminho adiante, a noiva míope, ele vai me ajudar a encontrar o caminho até meu noivo, que como ele, me admira, me ama, me protege, me faz rir, me faz feliz. Dele carrego a herança do nome Ana, do sobrenome Cruz, da leveza da alegria, do nariz de coxinha, do sorriso bonito, da pele morena. Do meu pai eu herdo, única filha herdeira, a garra, a paixão, a perseverança. Feliz 64 anos, pai!  Meu pai, meu herói, meu amigo.

domingo, 15 de novembro de 2020

Feliz 65, mãe!

Minha mãe guerreira chega hoje aos 65 anos nesse domingo, feriado, dia das eleições pandemicas. Minha companheira companhia  pra tudo, pra festa, pra consulta médica, parceira nos altos e baixos da vida. Que anda no carro comigo dirigindo feito instrutora de algo escola, "olha o quebra molas, pode ir, acelera", assiste filme de ação como se estivesse narrando a cena pro cego "olha, ele vai pular de paraquedas" e aprendeu a rir das minha piadas e ainda se surpreende com minhas bizarrices.  Dona da melhor mão pra fazer bolo e pudim e gelatina e macarrão. Eu vim dela, e trago muito dela em mim. Eu sou eu, mas intensamente ligada a ela, há suspeitas de que não havia tesoura pra cortar o cordão umbilical na maternidade.  E agora que me preparo pra uma nova vida de casada ao lado do meu noivo amado, ela me abençoa, vibra comigo com a realização desse sonho que sonhamos juntas, e prepara meu café ouvindo meus perrengues e glórias da vida de noiva. Celebremos a vida, celebremos a guerreira Marilene! Feliz 65. Vida longa, saudável e próspera. Feliz de termos chegado juntas a essa data tão sonhada.



sábado, 3 de outubro de 2020

Presente de graça

"Aquilo que é oferecido de graça tem um preço secreto ou uma obrigação oculta." (Autor desconhecido) 

Sim... quem aceita um favor vende a liberdade, afinal não existe almoço de graça.  Bom, até existem coisas de graça, mas alguém está pagando pra você.  Nem que seja por pura generosidade, esperando que a justiça da vida retribua com prosperidade.

Amo coisas de graça. Cafezinho com bolacha grátis, brinde, lanchinho de graça, abraços grátis... coisas que a pandemia nos tirou e que me traziam tanta alegria.

E amo quando posso oferecer coisas de graça para alguém, "de graça recebestes, de graça dai"... um livro, uma biju ou uma roupa num momento desapego... e a doação vira presente de graça, da graça presente na vida de quem recebe e de quem dá. 

"Dai, e será dado a vocês. 
Boa medida
Recalcada
Sacudida 
Transbordante 
Generosamente vos darão. 

Porque com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também." Lucas 6:38

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Áudio de Whatsapp

Eu tenho medo e trauma de audios... já ouvi áudios sangrentos, que as palavras venenosas escorriam pela tela do Whatsapp.  E como não há nada ruim que não possa ficar pior, eu ouvi de novo e de novo. As palavras ferindo a cada play. Ao contrário das palavras faladas na vida real, que ferem uma vez e depois só fica a memória auditiva daquele soco ouvido, as palavras mal ditas no áudio se repetem ad infinitum. Até que se clique em "deletar". Apagar. Escolher não ouvir mais.

Já ouvi áudios complicados com  1 minuto, 2 minutos... que eu preferia que a pessoa tivesse desenhado pra mim ao invés de gravar áudio.  Na verdade, a regra devia ser- passou de 1 minuto o áudio, liga pra pessoa e conversa.  

Já ouvi áudios deliciosos também.  Dos sobrinhos, dos aluninhos, com aquela voz doce de criança.  Áudios que vinham com a risada da amiga que a distância da pandemia não me permitia ver pessoalmente mais. Quis guardar essas risadas e essas vozes numa caixinha, no coração. Ouvi vezes e mais vezes, sorrindo com a possibilidade de eternizar aquela risada e aquele "eu te amo".

Ultimamente tenho estado mais aberta a áudios longos, de mensagens, meditações, a bíblia narrada... separo um tempo e ouço como momento terapêutico.  Ou boto pra tocar como trilha sonora da vida, enquanto faço atividades do cotidiano, como preparar aulas ou tomar café da manhã.  

Geralmente entendo áudios como mensagem secreta. Cato um fone de ouvido e ouço.  Mas já ouvi muito áudio alheio nessa vida sem querer.  No ônibus, na sala de professores, nas filas... e já vi muita gente gravando audio e achei que estavam conversando comigo. 

Minha mãe descobriu o áudio do Whatsapp recentemente. Grava e bota pra tocar. Todo mundo acha estranha sua voz no áudio a princípio.  Mas é assim que a nossa voz ressoa pros outros . A nossa própria voz que ouvimos é a que vem de dentro, da combinação do som nas cordas vocais passando por dentro dos nossos ouvidos e é por isso talvez que ela pareça tão estranha quando colocada pra fora e gravada e reproduzida num áudio.  Mas é a nossa voz. E ninguém pode tirar ou calar nossa voz.

Prefiro letras na tela do que áudios.  Mas sigo recebendo áudios e palpitando a cada áudio recebido.  São tantas emoções num áudio de Whatsapp.

domingo, 27 de setembro de 2020

Saudade de um livro bom

Saudade de ler um bom livro. Daqueles que a gente começa e não consegue parar até que termine. E leva pra cama.  E lê a luz do abajur. E descansa o livro na cabeceira da cama. E adormece com a inspiração da história. E a história do livro desperta a vida em nós.  E quando termina fica com a sensação da história na gente e quer ler o próximo. E o próximo.  Ah... que saudade. Saudade de uma boa leitura.  

sábado, 11 de julho de 2020

Lá vem a noiva

Hoje é 11 de Julho. Estava tão longe mas chegou já. É um belo sábado de sol. E eu tinha altos planos pra hoje.
Seria o último dia do curso de noivos. Provavelmente iríamos  comemorar muito. 

Ia ser o casamento da Bia e do Lucas. Daqui a 50 dias ia ser o da Bárbara e do Lucas, numa manhã de domingo. Elas, que como eu são  doces e lindas de rabo de cavalo e uniforme do Batista, imagina de noiva. 

Ia faltar 20 dias pro meu casamento no civil.  21 dias pro meu casamento  na igreja.  Semana que vem ia ser minha vez de fazer as provas no vestido de noiva.  Apertar o vestido, testar as rendas e  as grinaldas, teste de maquiagem e penteado, chá de lingerie, terno do pai, vestido da mãe da noiva, ensaio na igreja, convites, encher o apartamento novo dos presentes ganhados no chá de panela.  Esvaziar meu guarda roupa de solteira  e sair doando tudo num bazar beneficente. Traçar os roteiros da viagem de lua de mel com ele.

Mas veio a meleca da pandemia (ia escrever merda mas sou uma boa menina) e adiou todos os planos. Nada foi cancelado. Apenas adiado.  Postponed. Porque sou teimosa e determinada e como dona Aranha subo, subo e nunca estou contente. 

Um dia vai acontecer.  O casamento da Bia, o casamento da Bárbara, da Ana Gabi e de todas as outras noivas de 2020. O futuro que nos aguarde.  Com Deus adiante, vai ser perfeito, infinitamente mais, minha vez de brilhar num vestido de noiva  vai chegar também.

🎼Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...🎼

Sem base

Eu sou dona de mim 🌸 Gabriela❤️ Sereia 🧜 Pimentinha♦️ Sorvete de pistache🍧 Chá branco🍵 Fulgor💙 Astro rei 🌞 Home office🔷 Aconchego 🤎 ...