Domingo de manhã era a ocasião perfeita para estrear na igreja o All star novo, branco, alvo mais que a neve. Felizmente ninguém pisou nele. Não choveu. Não pisou na lama. Nem em cocô de gato.
Soa superstição de crente, mas pra ela era uma forma de consagrar o novo a Deus, de quem vem todas as coisas.
Esse era o terceiro ALL star. O primeiro fora comprado nos EUA, pelo mesmo preço que pagaria no Brasil. O segundo e o terceiro foram comprados no Big shopping, em liquidações.
Aliando elegância, estilo, conforto e praticidade, o All star se tornou seu sapato favorito. Nas aulas de direção ajudava no controle de embreagem, nas frenagens, nas trocas de marcha. E foi ele que usava no dia que tirou carteira de motorista.
Quando nova, sonhava com o principe que viria num AllStar branco. Hoje em dia sabia que não seria um principe, mas um homem normal, e que os calcados dele eram o que menos importava. Sabia que o AllStar branco se tornaria bege encardido cor de burro quando foge. E se perguntava quantas aulas ela daria usando aquele AllStar, por quantas estradas da vida iria dirigir com ele, quantos beijos daria em seu marido ainda imaginario usando aquele calçado, em quantos vôos internacionais ela embarcaria com ele (o marido imaginário e o AllStar que ainda era branco) . Quantos funerais, quantas festas de aniversário, quantas reuniões?
Consagrara seus tênis novos a Deus. Mais que isso, consagrara seus passos e seus caminhos a Deus. Seja feita Tua vontade, no ceu e na terra.
domingo, 2 de dezembro de 2018
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
De volta a psicoterapia

Apenas uma mão estendida lhe oferecerá um lenço de papel Kleenex, um guardanapo, ao qual ela vai se agarrar com força e enxugar as lágrimas escorridas pelo rosto. Na psicoterapia de grupo ela ouvia as histórias dos outros, compartilhava sua dor com os outros, e ouvia a psicóloga intermediar as falas com a maestria de quem estudou pra ser doutora da alma, para ouvir o que as lágrimas dizem quando a alma chora.
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Eleições 2018

segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Inverno Primavera

Risadas de crianças, abraços no joelho, mensagens inesperadas, bom encontro, esperança reavivada, expressões de gratidão, um doce aqui e acolá, faziam seus dias de inverno mais leves, e ela só podia ser grata.
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Namoro e o Aurélio
domingo, 13 de maio de 2018
Aquele bolo que ela faz... Podem trazer os mesmos ingredientes, seguir a receita dela... As mãos da minha mãe sao diferentes.
Parafraseando Drummond:
"Suas mãos
Aquele doce que ela faz
quem mais saberia fazê-lo?
Tentam. Insistem, caprichando.
Mandam vir o leite mais nobre.
Ovos de qualidade são os mesmos,
manteiga, a mesma,
iguais açúcar e canela.
E tudo igual. As mãos (as mães?)
são diferentes."
Parafraseando Drummond:
"Suas mãos
Aquele doce que ela faz
quem mais saberia fazê-lo?
Tentam. Insistem, caprichando.
Mandam vir o leite mais nobre.
Ovos de qualidade são os mesmos,
manteiga, a mesma,
iguais açúcar e canela.
E tudo igual. As mãos (as mães?)
são diferentes."
segunda-feira, 9 de abril de 2018
O pastor de jovens
Ao longo da minha vida cristã, fui presenteada com três pastores de jovens que me
marcaram. Aos 15, pastor Moisés Coppe na Metodista. Aos 25, pastor Carlos Adrian na
Batista. Aos 30, pastor Rafael Rodrigues na Universal. Com seu linguajar jovem, seus
ensinamentos práticos, eles me mostraram que seguir o caminho estreito de Cristo era a
melhor alternativa pra minha juventude. Todos eles usavam óculos, tinham esposas belas
que se tornaram minhas amigas, e pra todos eles eu tive que dizer “adeus”, ou “até
logo”, ou “te vejo no céu”.
Chegou a hora de dizer “tchau” para o pastor Rafael. O pastor de jovens paraibano “gordinho de óculos” que não era mais gordinho depois da bariátrica, e que me ensinou a fé racional da Igreja Universal. Ele foi o primeiro pastor daquela igreja a saber meu nome de cor, a saber minha história, e a valorizar meus talentos, me encorajando a dar aulas de Inglês, a participar do coral, a tocar violão, a
receber bem as almas que eram trazidas para nosso aprisco. Quando conheci sua esposa Zaquele me surpreendi em como uma moça podia ser tão linda, e tão doce, e tão firme e guerreira, tudo ao mesmo tempo. Ver o pastor andando sério pelos corredores, nos fazendo rachar de rir nos encontros da FJU, nos desafiando a ir além, tudo isso se tornou rotina pra mim. Mas sabia que chegaria o dia de dizer tchau. E chegou. Mas “não aprendi dizer adeus, nem sei se vou me acostumar”, como cantavam Leandro e Leonardo. Surpreendi-me com as lágrimas teimosas, afinal, depois de tanto tempo de Universal, já devia ter me acostumado com a itinerância de pastores. E afinal, ele nem sempre foi tão
fofo quanto soa. Houve dias em que ele era “João Batista no deserto” pregando “arrependei-vos, raça de víboras medíocres”, dias em que ele lutava contra o inferno por mim nas reuniões de libertação sexta de manhã, na FJU pregando disciplina, obediência e compromisso, como minha mãe, com um perfeccionismo que me fazia torcer o nariz por eu ser ainda uma menina meio teimosa, meio rebelde e meio avacalhada. Me assustava com seus gritos nos dias de twitaço e nos clássicos de Cruzeiro e Galo, e com sua frieza racional, quando não me deu parabéns no meu aniversário de 32. Porém, me surpreendia com sua generosidade ao pagar chup-chup pra todo mundo na quadra da praça da Glória, ao trazer pra nosso espaço a mesa de ping pong, tornando
pública a senha do wifi, o Uno e a dama, e acima de tudo o Totó.
O mundo parou no dia em que o totó chegou no espaço FJU. Nem nos meus sonhos mais criativos eu teria uma mesa de totó tão linda, tão perto de mim. Joguei muito, lutei por um lugar à mesa de totó com meninos agressivos por futebol, joguei com as esposas donas de pastores que não estão mais por aqui. Até que o dia em que a mesa, levemente destruída por mãos ingratas teve que ir embora também. Até o dia, em que o pastor teve que ir embora também, levar junto Theo o cachorro fofo, e Dona Zaquele, a esposa linda que me ouvia e me compreendia e me encorajava. Ficam as boas lembranças, a recompensa de ver jovens firmes aqui, os ensinamentos, os frutos, e o galardão que ele só receberá no céu, quando Jesus voltar. Fica a gratidão de quem foi ovelha bem cuidada e bem pastoreada pelo pastor que sabia meu nome, minha história, minhas falhas e meus talentos. E
acreditou em mim apesar de tudo.
marcaram. Aos 15, pastor Moisés Coppe na Metodista. Aos 25, pastor Carlos Adrian na
Batista. Aos 30, pastor Rafael Rodrigues na Universal. Com seu linguajar jovem, seus
ensinamentos práticos, eles me mostraram que seguir o caminho estreito de Cristo era a
melhor alternativa pra minha juventude. Todos eles usavam óculos, tinham esposas belas
que se tornaram minhas amigas, e pra todos eles eu tive que dizer “adeus”, ou “até
logo”, ou “te vejo no céu”.
Chegou a hora de dizer “tchau” para o pastor Rafael. O pastor de jovens paraibano “gordinho de óculos” que não era mais gordinho depois da bariátrica, e que me ensinou a fé racional da Igreja Universal. Ele foi o primeiro pastor daquela igreja a saber meu nome de cor, a saber minha história, e a valorizar meus talentos, me encorajando a dar aulas de Inglês, a participar do coral, a tocar violão, a
receber bem as almas que eram trazidas para nosso aprisco. Quando conheci sua esposa Zaquele me surpreendi em como uma moça podia ser tão linda, e tão doce, e tão firme e guerreira, tudo ao mesmo tempo. Ver o pastor andando sério pelos corredores, nos fazendo rachar de rir nos encontros da FJU, nos desafiando a ir além, tudo isso se tornou rotina pra mim. Mas sabia que chegaria o dia de dizer tchau. E chegou. Mas “não aprendi dizer adeus, nem sei se vou me acostumar”, como cantavam Leandro e Leonardo. Surpreendi-me com as lágrimas teimosas, afinal, depois de tanto tempo de Universal, já devia ter me acostumado com a itinerância de pastores. E afinal, ele nem sempre foi tão

pública a senha do wifi, o Uno e a dama, e acima de tudo o Totó.
O mundo parou no dia em que o totó chegou no espaço FJU. Nem nos meus sonhos mais criativos eu teria uma mesa de totó tão linda, tão perto de mim. Joguei muito, lutei por um lugar à mesa de totó com meninos agressivos por futebol, joguei com as esposas donas de pastores que não estão mais por aqui. Até que o dia em que a mesa, levemente destruída por mãos ingratas teve que ir embora também. Até o dia, em que o pastor teve que ir embora também, levar junto Theo o cachorro fofo, e Dona Zaquele, a esposa linda que me ouvia e me compreendia e me encorajava. Ficam as boas lembranças, a recompensa de ver jovens firmes aqui, os ensinamentos, os frutos, e o galardão que ele só receberá no céu, quando Jesus voltar. Fica a gratidão de quem foi ovelha bem cuidada e bem pastoreada pelo pastor que sabia meu nome, minha história, minhas falhas e meus talentos. E
acreditou em mim apesar de tudo.
A praça. A Liberdade.

segunda-feira, 12 de março de 2018
12 de Março: Dia dos Bibliotecários

E naquele dia se lembrava em especial do Dia da Bibliotecária, e de todas as bibliotecárias e bibliotecários que passaram por sua vida ao longo de sua vida de leitora frequentadora assídua de bibliotecas. Eles a ajudavam nos labirintos de livros que a encantavam, eles abriam as portas da esperança quando liberavam o empréstimo de um livro que seria seu por 2 semanas, e eles habitavam o espaço mágico da biblioteca. Bibliotecas a encantavam e nesse 12 de Março ela era grata por todos os bibliotecários e bibliotecárias que passaram por sua vida.
Vida longa às bibliotecas, vida longa aos bibliotecários!
quinta-feira, 8 de março de 2018
Hoje, dia 8
Dia das mulheres é todo dia. Só que não. Dia das mulheres é dia 8 de Março. Então celebremos a ocasião especial. Nos mimem com brindes grátis e espalhem rosas pela cidade. Encham nossas redes sociais de mensagens de parabéns e nos façam sentir especiais nesse 8 de março. Feliz dia da mulher. Hoje.
segunda-feira, 5 de março de 2018
Escritora ensinadora
Aos poucos uma nova rotina se delineava à frente dela. Acordar ao primeiro toque do despertador às 4h50 da manhã, lavar o rosto para o despertamento matinal, ler um capítulo da Bíblia para o despertamento espiritual. Tomar café “de macho” no trailer do velhinho, pegar o ônibus com o mesmo motorista e o mesmo coleguinha de trabalho.
Lecionar, consultando nos intervalos o quadro de turmas para não se perder pelos corredores da nova escola. Aos poucos o caminho para o café da cozinha se torna familiar e convidativo, e o aumenta o círculo de colegas de trabalho que se tornam amigos de vida.
Grata a Deus pela surpreendente provisão, envergonhada pelas vezes que duvidou da bondade de Deus, ela escolhia com prazer a roupa que usaria para a aula do dia seguinte, enquanto aguardava ansiosa o dia do uniforme e crachá chegarem. “Ele continua sendo bom, Ele continua sendo Deus” se tornou a trilha sonora daquela fase nova. E a paixão pelo ensino voltava com força, e o amor dos alunos desabrochava aos poucos com um elogio aqui, um abraço inesperado dos pequenos no seu joelho acolá.
Nascera para ser professora e uma porta aberta a poupou de dizer não à sua vocação do Alto. Era professora, era escritora, era “ensinadora”, e disso ela não poderia fugir.
Lecionar, consultando nos intervalos o quadro de turmas para não se perder pelos corredores da nova escola. Aos poucos o caminho para o café da cozinha se torna familiar e convidativo, e o aumenta o círculo de colegas de trabalho que se tornam amigos de vida.

Nascera para ser professora e uma porta aberta a poupou de dizer não à sua vocação do Alto. Era professora, era escritora, era “ensinadora”, e disso ela não poderia fugir.
Era crescida o suficiente
Era crescida o suficiente para saber que seu choro sentido não faria seu pai aparecer por aquela porta.
Mas ao contrário do que devia fazer como gente grande, ela se sentou e começou a chorar soluçante: “Eu quero meu pai”, como se nada naquela vida pudesse substituir a presença da voz dele. Nem um vídeo de música feliz, nem um brinquedinho de borracha, talvez um colo de professora, mas nada a consolaria da dor daquela ausência temporária. “Seu papai vai voltar daqui a pouco” era uma frase vazia para quem queria o abraço do pai, e o queria naquele momento. Chorou sentida como sua aluna bebê, mas se lembrou de que era já menina crescida, enxugou as lágrimas, pôs a máscara do sorriso amarelo e seguiu pela rua torcendo para que ninguém falasse sobre seus olhos e nariz vermelhos de tanto chorar.

À tarde seu papai chegou. Com a voz doce, as piadas ridículas, a camisa do Cruzeiro e o peso de decisões mal feitas e escolhas sem noção. Mas ela se lembrou de que apesar de ser menina crescida, sei pai já era homem adulto quando ela nasceu, e era forte o suficiente para aguentar e enfrentar as consequências que viessem. Curtiu o momento de lanchar perto do seu pai, caminhar com ele, e passou seus minutos finais de despedida dentro do ônibus acenando tchau, até breve, e mandando beijinhos. Esperava revê-lo em breve, quem sabe segunda-feira se ele conseguisse a passagem do ônibus.
Teve saudade de ver seu pai todos os dias na mesma casa, comendo da comida da sua mãe, ouvindo na Itatiaia os jogos do Cruzeiro, arrotando na cozinha e espirrando escandalosamente na sala. Teve saudade de buscar pão com seu pai, de tê-lo esperando com paciência no ponto de ônibus. Queria ouvir de o som dos passos dele na escada e som da tetra chave dele abrindo a porta de casa.
Mas era crescida o suficiente para saber que seu choro sentido não faria seu pai aparecer por aquela porta de novo.
Mas ao contrário do que devia fazer como gente grande, ela se sentou e começou a chorar soluçante: “Eu quero meu pai”, como se nada naquela vida pudesse substituir a presença da voz dele. Nem um vídeo de música feliz, nem um brinquedinho de borracha, talvez um colo de professora, mas nada a consolaria da dor daquela ausência temporária. “Seu papai vai voltar daqui a pouco” era uma frase vazia para quem queria o abraço do pai, e o queria naquele momento. Chorou sentida como sua aluna bebê, mas se lembrou de que era já menina crescida, enxugou as lágrimas, pôs a máscara do sorriso amarelo e seguiu pela rua torcendo para que ninguém falasse sobre seus olhos e nariz vermelhos de tanto chorar.

À tarde seu papai chegou. Com a voz doce, as piadas ridículas, a camisa do Cruzeiro e o peso de decisões mal feitas e escolhas sem noção. Mas ela se lembrou de que apesar de ser menina crescida, sei pai já era homem adulto quando ela nasceu, e era forte o suficiente para aguentar e enfrentar as consequências que viessem. Curtiu o momento de lanchar perto do seu pai, caminhar com ele, e passou seus minutos finais de despedida dentro do ônibus acenando tchau, até breve, e mandando beijinhos. Esperava revê-lo em breve, quem sabe segunda-feira se ele conseguisse a passagem do ônibus.
Teve saudade de ver seu pai todos os dias na mesma casa, comendo da comida da sua mãe, ouvindo na Itatiaia os jogos do Cruzeiro, arrotando na cozinha e espirrando escandalosamente na sala. Teve saudade de buscar pão com seu pai, de tê-lo esperando com paciência no ponto de ônibus. Queria ouvir de o som dos passos dele na escada e som da tetra chave dele abrindo a porta de casa.
Mas era crescida o suficiente para saber que seu choro sentido não faria seu pai aparecer por aquela porta de novo.
Procurando
À procura de um carro. À procura de um marido. Indicações ajudariam mas só Deus poderia conduzi-la ao melhor, que não seria perfeito, mas combinaria direitinho com ela. Deus que era conhecedor do coração de todos os homens, e conhecedor do motor de todos os carros, haveria de prover um bom encontro com um bom marido e um bom carro.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Nem nos meus sonhos mais criativos

Nem nos meus sonhos mais criativos eu escreveria uma história de vida como a que Deus traçou pra mim através de portas que foram se abrindo, oportunidades surgindo, e uma força de viver que só poderia vir do alto.
Nem nos meus sonhos mais criativos eu viveria o que vivo hoje, mas Deus tem sonhos belos inspirados pela infinita criatividade do Autor da Vida. A Ele toda glória.
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